Diz-me.
Não mo digas, que eu não quero ouvir.
Não interessa o que tens para dizer agora. Todas as palavras são vãs quando pronunciadas. Retiramos-lhes toda a magia e significado, que lhes são atribuídos pelo prazer de senti-las.
Receio as tuas palavras, o som da tua voz, como se de amor se tratasse. Prefiro o teu silêncio, que é de ouro, às tuas palavras desapiedadas e amargas.
As palavras não dizem nada, mas continuo obcecado por palavras que pretendem dizer tudo. Sem elas, sinto-me só.
Mas prefiro pensá-las, sentindo-as, ou vice versa.
Palavrear palavras despe-as de conteúdo, quando é a forma que menos conta.
Não digas nada que eu queira ouvir.
Oferece-me o teu silêncio que eu suporto escutar dentro da tua alma.
quinta-feira, 19 de julho de 2007
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